terça-feira, 18 de janeiro de 2011

A ELEGÂNCIA DO OURIÇO - O LIVRO

Alguns trechos marcados em meu livro:

"O que é uma aristocrata? É uma mulher a quem a vulgaridade não atinge, embora esteja cercada por esta." p.30

"Assim como o contador de histórias transforma a vida num rio furta-cor onde são tragados o tédio e o sofrimento, Manuela metamorfoseia nossa vida numa epopéia calorosa e alegre." p. 31

"Fora o amor, a amizade e a beleza da Arte, não vejo muitas outras coisas capazes de alimentar a vida humana." p.37

"... , pois algum dia já se viu uma menina pobre penetrar na embriaguez da linguagem e nela se exercitar junto com os outros? -, ela o seria nos livros. Pela primeira vez toquei num livro. Eu tinha visto os maiores da turma olharem para traços invisíveis, como que movidos pela mesma força, e, mergulhando no silêncio, tirarem do papel morto alguma coisa que parecia viva." p.45

" 'Por que é que até aqui no pátio está cheirando lixo?'
Que Bernard Grelier e a herdeira de uma velha família de banqueiros possam se preocupar com as mesmas coisas triviais e ignorar, conjuntamente, que o verbo cheirar, nesse caso, requer o uso da preposição  a  antes do complemento joga uma nova luz sobre a humanidade."  p.74

"Onde está a beleza? Nas grandes coisas que, como as outras, estão condenadas a morrer, ou nas pequenas que, sem nada pretender, sabem incrustar no instante uma preciosa pedrinha de infinito?" p.95

"Que é educar? É propor incansavelmente camélias sobre o musgo, como derivativos à pulsão da espécie, que jamais para e ameaça continuamente o frágil equilíbrio da sobrevivência. (...)
(...) portanto me conformei com as intenções de meus educadores, tornando-me com docilidade uma criatura civilizada. Na verdade, quando a luta contra a agressividade do primata se apodera dessas armas prodigiosas que são os livros e as palavras, o negócio é fácil, e foi assim que me tornei uma alma educada, que extraía dos sinais escritos a força de resistir à própria natureza." p.114-115

A elegância do ouriço. Muriel Barbery; tradução Rosa Freire d'Aguiar. São Paulo. Companhia das letras. 2008

Oportunamente, voltarei com excertos desse livro , que recomendo. É lindo, bem escrito, bem traduzido.

Nenhum comentário:

Postar um comentário